3.10.05

 

Ninguém vota sim


Você com um revólver na mão é um bicho feroz... (Bezerra da Silva)

Tenho alguns conhecidos que votarão Não. Direito deles. Acredito que estão errados em suas justificativas. Para eles, basicamente, o problema é que os cidadãos "de bem" ficarão indefesos ante a bandidagem e que, se é para desarmar, tem de desarmar todo mundo. Concordo. Só que, fazendo uma analogia, se fôssemos seguir esse raciocínio ao absurdo, chegaríamos à conclusão de que todos os países deveriam ter o direito de desenvolver e possuir armas nucleares. O raciocínio é exatamente o mesmo: as armas nucleares são banidas ou todo mundo tem o direito de ter armas nucleares.

Ouvi, hoje, um dos defensores do Não, afirmar que carro também mata. Novamente, se formos levar esse raciocínio ao pé da letra, chegaríamos à conclusão de que praticamente tudo o que existe no mundo deveria ser proibido, pois, em princípio, qualquer coisa pode ser usada para matar. Na campanha contra o desarmamento, um dos defensores fala que armas não matam, quem mata é quem atira - impossível não lembrar daquela piada em que o assassino (que usou uma faca) confessa: "Eu não matei! Só fiz o furo no bucho. Quem matou foi deus." Bem, o ponto é que, todo e qualquer objeto tem uma finalidade última que, em CNTP, não é ferir ou matar. As armas só tem uma finalidade última: ferir ou matar.

Para mim, o principal objetivo da campanha é diminuir os crimes cometidos por motivos fúteis (acidentes de trânsito, discussões em bares, brigas domésticas, rixas entre vizinhos, etc.) e acabar com as mortes por acidentes com armas de fogo (principalmente de crianças e adolescentes).

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