3.3.06

 

Fã é fã, e azar de quem não entende!


História e Glória da Dinastia Borg.

Ontem à noite, fiquei sabendo que um de meus ídolos da infância está passando por dificuldades financeiras. Não, não é o Bozo. É o Björn Rune Borg. A despeito das aparências, ele parece estar falido. Caso contrário, não estaria vendendo seus troféus e raquetes em um leilão a ser realizado no dia 21 de junho na Bonhams, uma das mais tradicionais casas britânicas especializadas em leilões. Lembro dos finais de semana pueris, em que Borg derrotava seus oponentes impiedosamente. Parecia um mágico da raquete. Bons tempos! Uma das únicas vezes* em que fiz papel de bobão e pedi autógrafo foi pra ele, em Cumbica, há uns sete anos. Ele estava sentando em um daqueles cafés que ficam dentro da área de embarque, matando tempo. Cheguei perto e perguntei se era ele. Borg confirmou. Aí, pedi desculpas e, descaradamente, disse que era um grande fã e, claro, perguntei se ele podia me dar um autógrafo. Ele, muito gentilmente, assinou um pequeno papel azul (que, infelizmente, sumiu**). Perguntei a ele se havia jogado aqui, e ele disse que não. Que estava a caminho de um torneio/clínica no Paraguai. Autógrafo recebido, pedi desculpas, agradeci e fui embora.

Voltando aos dias de hoje, se tivesse muito dinheiro, compraria todos os troféus e raquetes nesse leilão e os devolveria ao Borg. Ele merece que alguém faça isso. Algumas das coisas que ele fez no tênis, ninguém fez. Se cometeu deslizes na vida particular e nos negócios, paciência. O que ele fez por mim, na infância - aquela emoção que só fã sente -, não tem dinheiro no mundo que pague.

* As outras foram com o Mose Alison e o Adam West.
** Como sumiu o autógrafo do Mose Alison. O do Adam West sei onde está, na capa de um gibi, na casa da minha mãe.

5.2.06

 

O Legado de Nossa Miséria


Hope you get some of my few qualities, too.

They fuck you up, your mom and dad.
They may not mean to, but they do.
They fill you with the faults they had
And add some extra, just for you.

But they were fucked up in their turn
By fools in old-style hats and coats,
Who half the time were soppy-stern
And half at one another's throat.

Man hands on misery to man.
It deepens like a coastal shelf.
Get out as early as you can,
And don't have any kids yourself.*

A semana que passou trouxe uma enorme surpresa. Ninguém vai ser pai. Até a segunda feira, a idéia de ter um filho me era tão alheia quanto um telefone celular seria para um homem do século IV. Simplesmente, não estava no radar. Não fazia parte de nossos planos. Confirmada a gravidez, não pude deixar de me emocionar, ao ver, em uma imagem ligeiramente desfocada, um pequeno feijãozinho, que, se tudo der certo, será um(a) futuro(a) Ninguenzinho(a). De início, ficamos chocados, mas, agora, refeitos do susto, estamos começando a absorver essa novidade.

Apesar das enormes diferenças que tive com meu pai, nunca pude deixar de admirá-lo. A despeito de seus defeitos, ele soube me ensinar a diferença entre o certo e o errado. A despeito dos meus defeitos (que superam em muito os dele), espero poder ser para o(a) herdeiro(a) de nossa miséria um pai tão bom quanto ele foi para mim.

* "This Be The Verse", de meu poeta predileto, Philip Larkin, publicado na coletânea High Windows, pela faber and faber, Londres, 1974.

4.2.06

 

It's tea time!


Não é qualquer empresa que completa 300 anos e continua em plena forma.

Eis minha pequena homenagem à Twinings, a mais tradicional "fabricante" de chás do mundo. Fundada em 1706 por Thomas Twining, a Twinings faz a cabeça de Ninguém desde a década de 1980!

14.1.06

 

Psicobosta mata!


Eis um dos culpados.

Ontem, assisti a um programa chamado Autópsia, no canal FX (54, para quem tem a NET). Como o próprio nome diz, é especializado em autópsias e que tais. O ponto alto do programa de ontem foi o caso de uma canadense, Terrie Petrie, cujos filhos tinham o péssimo hábito de morrer nos primeiros meses de vida. Dos quatro filhos, apenas o primogênito conseguiu passar da primeira infância. Bom, não é preciso ser gênio nem detetive para saber o que causou a morte dos bebês. A mulher havia ouvido ou lido em algum lugar que "dormir na mesma cama com o bebê ajuda a criar laços mais fortes entre a mãe o bebê". A cabeça-de-pudim conseguiu o feito de matar a filha recém-nascida e, um ano e meio depois, não satisfeita, matou seus filhos gêmeos da mesma forma. Fico puto com essa gente sem noção! Será que não passa pela cabeça deles que bebês são frágeis e podem morrer facilmente se um adulto rolar por cima deles enquanto dorme? Caralho, essa gente não pensa? Tem psicomerda na cabeça? Devem acreditar que o berço foi inventado para servir de enfeite! Um dos defensores dessa tese psicobostológica é o babaca da foto acima. Um tal de Dr. Sears.

22.12.05

 

A preguiça bate à porta...


Acho que é o fim de ano.

Além disso, fiquei deprimido por não ganhar a Mega-Sena. Como prêmio de consolação, se alguém quiser deixar Ninguém feliz, uma dica é isto aqui.

3.12.05

 

Capitão, a Galeria do Rock e o velho Budokan.


Those were the days!

Se você, como Ninguém, foi adolescente em São Paulo na década de 1980, deve ter ido ao menos uma vez à Galeria do Rock, lá no Centrão. Era ponto de encontro da molecada que curtia rock'n'roll (em todas as suas variações). Estava lendo um artigo da Folha de S. Paulo sobre o "rapa" promovido pela RF e pela PF no Stand Center da Paulista e, não sei porquê, me lembrei do Budokan. Lá nos idos de 1984, quando estava no terceiro colegial, tinha um amigo, o Capitão, que era fanático por Rush e vivia na Galeria do Rock. Ele, assim como milhares de adolescentes, tinha o costume de colecionar fotos dos ídolos e as comprava do Budokan, um japonês de meia-idade, mais para Buda do que para samurai, que vivia ali, para cima e para baixo, com uma bolsa a tira-colo, onde guardava inúmeros álbuns de fotos retiradas das mais variadas publicações especializadas em música pop, todas elas estrangeiras (muitas delas japonesas). Como a grana era curta, saía bem mais em conta comprar somente as páginas que interessavam do que a revista inteira. O Capitão tinha, pelo que me lembro, uns três álbuns de fotos do Rush, muitas delas compradas do Budokan. Hoje, com a Internet e as câmeras digitais, imagino que não haja mais interessados em comprar páginas de revistas e que o Budokan viva de outra coisa ou já tenha se aposentado.

Lembro disso com uma enorme ponta de nostalgia. Pelo tempo, que não volta mais, e pelo amigo, que sumiu no mundo. A Galeria do Rock, ao que eu saiba, continua por lá.

Procurando por fotos, para ilustrar este post, descobri que o Rush Radio está de volta! Para quem é fã de Rush, como Ninguém, não existe nada melhor: Rush 24 horas por dia, 7 dias por semana.

28.11.05

 

Como é bom...


ficar largado numa rede!

Tiramos nove dias de férias. Fechamos o boteco e fomos para Caraguá e Penedo. Nesses nove dias, evitei ao máximo qualquer coisa remotamente semelhante a jornal, noticiário e Internet. Mal ouvia a voz do Faloffi, já saía correndo. Comi muito peixe, tomei sombra, descansei em rede e li um pouco. Como é bom ficar longe de telefone, largado numa rede!

 

Tem gente muito louca por aí.


David Icke e os segredos da matriz e da filial.

Troquei de provedor de acesso, recentemente. Mandei a Teleafônica passear e assinei o Vírtua, devido a uma promoção muito especial (conto os detalhes em outro post). Aproveitando a nova velocidade (4Mbps), procurei localizar páginas com TV on-line. Depois de algumas buscas, acabei baixando uma versão nova do Winamp. Depois de instalada, procurei por estações de TV on-line (estão na Media Library, em SHOUTcast TV). Há uma penca, para todos os gostos. Comecei a fuçar e me deparei com uma série de canais com títulos bizarros (por exemplo, "JFK-Conspiracy - Was Bush Sr. Involved?") e me dei conta de que esse é um dos canais de divulgação das famosas teorias da conspiração. Achava que já tinha visto gente louca, mas essa turma é doida de pedra! Consegui assistir a um documentário da BBC sobre "sombreamento global" (Global Dimming), bastante interessante. Quer dizer, volta e meia, eles passam alguma coisa séria, mas tem sempre algum maluco, como David Icke. Vale a pena assistir à lenga-lenga dele sobre os Illuminati (Secrets of the Matrix, em três partes), para ver como essa turma pensa. Conversando com um amigo, fiquei sabendo que Icke foi jogador e comentarista de futebol e porta-voz do Partido Verde Britânico. Mais sobre Icke pode ser encontrado na Wikipedia e na própria página de Icke. Para quem quer treinar inglês, vale a pena, pois a dicção dele é muito boa (ele foi apresentador da BBC).


No shit!

Muito mais interessante é o programa da dupla Penn & Teller. É só procurar por Bullshit. P&T aparecia de vez em quando no Multishow. Pena que Bullshit não é mostrado na TV brasileira (pelo menos não na NET). P&T são o que aquele gordinho que ganhou o Oscar seria se fosse honesto. Nos programas, eles desmontam toda a argumentação bolha de sabão de um bando de charlatões que ganha dinheiro com base no princípio P.T. Barnum: "A cada minuto, nasce um otário."*

* Aparentemente, quem disse isso foi um trambiqueiro chamado Joseph "Paper Collar Joe" Bessimer, mas quem ficou com o crédito foi Barnum.

11.11.05

 

Um Minuto de Silêncio.


Remember today. Today is Remembrance Day.

In Flanders fields the poppies blow
Between the crosses row on row,
That mark our place; and in the sky
The larks, still bravely singing, fly
Scarce heard amid the guns below.

We are the Dead. Short days ago
We lived, felt dawn, saw sunset glow,
Loved and were loved, and now we lie
In Flanders fields.

Take up our quarrel with the foe:
To you from failing hands we throw
The torch: be yours to hold it high.
If ye break faith with us who die
We shall not sleep, though poppies grow
In Flanders fields.

(Lieutenant-Colonel John McCrae - 1872-1918)

 

Bêbado é uma merda!


Se for beber, não carregue milhões. Se for carregar milhões, não beba.

Ninguém vai começar a beber. Quem sabe, Fidel não arruma um milhãozinho de dólares para Ninguém? Tudo bem, pode ser quase um milhão... Ou quase arrumar um milhão... Hic! Não tem problema. Hic!

Em depoimento à CPI dos Correios, o assessor do PT, Vladimir Poletto, afirmou ontem que, se disse alguma coisa foi porque havia tomado umas cervejinhas e, com a cabeça encachaçada, pode ter dito mentiras. Bom, antigamente, existia um ditado alcoólico: "in vino veritas"... Hic!

8.11.05

 

Para o alto e avante! Da Guerra Fria à colonização de Marte.


Marte é azul!

Um dos desdobramentos da Guerra Fria foi a exploração espacial. A disputa ideológica entre os EUA e a URSS alimentou a corrida espacial e resultou no desenvolvimento tecnológico que permitiu a ida de missões tripuladas à Lua. A propósito, Ninguém tem uma foto ao lado de Neil Armstrong naquele momento histórico. É verdade! Ele na Lua, e eu na Terra. Um dia acho a foto...

Entre idas e vindas, os programas espaciais norte-americano e soviético lançaram várias sondas espaciais em direção a Marte. O programa estadunidense foi mais bem sucedido. De qualquer modo, em julho de 1989, George Bush pai lançou a "Space Exploration Initiative", cujo objetivo final era a ida de uma missão tripulada a Marte. Contudo, ao calcularem o orçamento de tal missão, chegou-se à (literalmente) astronômica cifra de US$ 450 bilhões! Além de representar um investimento inviável, a iniciativa acabou sendo colocada em segundo plano por conta dos acontecimentos daquele mesmo ano. A ida pra cucuia do Muro de Berlim, em novembro de 1989, junto com os acontecimentos nos anos seguintes (nos quais se incluem os acidentes com os ônibus espaciais) enterraram definitivamente esse plano, que previa a chegada do homem a Marte em trinta anos, em três fases: 1) conclusão da estação espacial (que ainda está sendo construída); 2) construção de uma base lunar definitiva (não saiu do papel); e 3) envio de missão tripulada a Marte (também ficou só no papel). Sic Transit Gloria Menezes, nas sábias palavras de Uncle Filthy.

Tá. Até aí, morreu Neves. A idéia de se colonizar Marte é um subproduto da Guerra Fria. So far, so good. Mas o que isso tem a ver com este post? Pois bem, este texto é para falar das encomendas que chegaram semana passada: um livro sobre a Guerra Fria, um sobre o MI6 (que, obviamente, inclui o período) e dois sobre exploração espacial e colonização espacial.

O primeiro deles é Battleground Berlin - CIA vs KGB in the Cold War, de David E. Murphy, Sergei A. Kondrashev e George Bailey, que trata da disputa entre os dois serviços secretos no coração da Europa, durante o período que vai de 1945 até a construção do Muro de Berlim, em 1961. O segundo é MI6 - Fifty Years of Special Operations, de Stephen Dorrill, que conta a história do braço do serviço secreto britânico que cuida de operações no exterior.

Os dois outros livros são de Robert Zubrin, um engenheiro aeroespacial, defensor da ida a Marte. Zubrin acredita que seja possível concretizar tal viagem por uma fração daquele orçamento inicial, com base em tecnologias existentes desde as missões Apolo. Sua proposta está sintetizada no livro The Case for Mars e na página da The Mars Society. Zubrin escreve bem, é claro e conciso. Ainda estou no começo do livro e lendo bem devagar, mas pretendo mergulhar de cabeça no planeta vermelho a partir do sábado que vem, quando Ninguém vai tirar uma semaninha de férias. Levarei, também, Entering Space - Creating a Spacefaring Civilization, no qual ele desenvolve ainda mais o conceito de "terraformação", isto é, a modificação do meio ambiente de um planeta ou satélite, de modo a criar condições favoráveis à vida terrestre.

29.10.05

 

O filme e mais três blogues


Dá para ser infiel?

O Jardineiro Fiel é um bom filme, mas poderia ser melhor. O enredo é o seguinte: um diplomata inglês (Ralph Fienes) conhece uma ambientalista (Rachel Weisz) e se casam. A ambientalista investiga indústrias farmacêuticas e é morta. O viúvo sai investigando por conta própria o que aconteceu com a falecida.

Não sei se isso só acontece comigo, mas há determinados detalhes que acabam me deixando de má-vontade para com um filme. No caso em tela (literalmente), há uma cena, no início do filme, que me incomodou. Justin Quayle (Fienes) está encerrando uma palestra, quando a futura Tessa Quayle (Weisz) lança uma saraivada de perguntas e impropérios contra o governo de Sua Majestade. Não sei, mas a reação de Weisz nessa cena me pareceu um tanto quanto exagerada. Seria fruto de overacting? Talvez. Só que, de acordo com um amigo meu, que conhece como ninguém (e não Ninguém) as reações dessa turma (porque já foi desse jeito, quando era jovem), é assim mesmo. Há um pessoal que realmente perde as estribeiras. Enfim, de qualquer modo, isso já me irritou logo de saída. Outra coisa que me incomodou foi terem mencionado, lá pelo meio do filme, a idade da personagem de Weisz: 24 anos. O problema é que, para mim, Weisz tem bem mais de 24 anos (ela tem 34), e, por mais que tentasse, não conseguia tirar isso da cabeça. Não que a considere uma atriz ruim, incapaz de interpretar alguém mais jovem. Não. Gosto dela, mas, talvez por conta da minha má-vontade inicial, juntei lé com lé e deu cré com cré.

A patroa gostou do filme. Ninguém gostou, mas com ressalvas. Coisas boas: 1) a música e as danças são geniais; 2) as paisagens africanas são espetaculares (tirando os favelões); e 3) a atuação é muito boa.

Talvez volte a assistir a esse filme novamente. Quem sabe, numa segunda vez, os problemas que notei desapareçam.

Ah, sim, o filme é baseado no livro homônimo de John LeCarré, autor muito apreciado por este escriba. Não li The Constant Gardener ainda, mas sei que LeCarré não é tonto. Talvez tenha havido um certo exagero na teoria da conspiração (são sempre exageradas) que amarra o filme, mas que há algo de podre no reino da Dinamarca, isso há.

Falando de filmes e discussões sobre filmes, acabei de incluir entre os blogues que visito o It's equal but it's different, do Daniel Doro Ferrante, um doutorando de física na Universidade de Brown, com quem tenho trocado idéias ultimamente sobre várias coisas, inclusive sobre o fato de algumas pessoas acreditarem que podem se informar sobre o mundo por meio de filmes. Adicionei, também, o Supernova, um blogue sobre exploração espacial, escrito pelo sempre competente e simpático Salvador Nogueira, colega de redação do autor do terceiro blogue de hoje: o Blog do Sérgio Dávila, que, como disse esse mesmo amigo, ofereceu a melhor cobertura jornalística sobre a terceira Guerra do Golfo, incluindo-se nessa comparação o mainstream da imprensa anglo-saxã.

Agora, volto pra casinha, porque tem trabalho e não dá para ficar enrolando muito.

28.10.05

 

Trafalgar e Lord Nelson - Recarregado


Victory! Victory!

E não é que havia um brasileiro na tripulação do Victory, a embarcação comandada por Lord Nelson durante a Batalha de Trafalgar? Não acredita? Então, veja aqui. O nome do cidadão era Jas Caton, tinha 28 anos e era um LM (ou landsman), que em bom português é marinheiro de primeira viagem.

Amanhã, falo sobre o filme.

PS: Como eu mesmo acabo de me lembrar, tecnicamente, o camarada não era brasileiro, porque o Brasil não existia como unidade autônoma. Em 1805, o Brasil ainda era o nome que se dava ao conjunto de colônias portuguesas na América. Depois da vinda da família real, em 1808, ainda demorou alguns anos antes que virasse Reino Unido (1815). Ah, mas que foi legal pensar nessa possibilidade durante algum tempo, isso foi!

26.10.05

 

Ninguém foi ao cinema

Volto à noite.

24.10.05

 

Novos Blogues e o Problema do Paranthropus


E a lista vai aumentando...

Acrescentei mais alguns blogues à minha listinha de favoritos. Descobri o Idéias Antigas, do Paranthropus, por intermédio do psicodiafanista. Já o 2005 - Uma Odisséia Literária, encontrei nem me lembro mais como. Chamaram-me a atenção o título do blogue e um de seus posts. O Crônicas do Iglu foi descoberto por meio de um comentário deixado pela dona do blogue nesse mesmo post do 2005. O Idéias Antigas fala, basicamente, sobre ciência e ambientalismo. O autor não tem papas nem reverendos na língua. Como Ninguém, não engole a lenga-lenga do DI ("design inteligente"). O 2005 trata de literatura e livros, e seu autor, Leandro Oliveira, é um verdadeiro profissional da leitura. Finalmente, o Crônicas do Iglu é sobre as aventuras de uma enfermeira brasileira em Vancouver. A moça, Flávia, realmente tem o dom de escrever e divertir.

Ah, uma dica para o Paranthropus, para diminuir o spam:

1) No painel de controle do seu blogue, clique em "Settings";
2) Em "Settings", clique em "Comments";
3) Em "Comments", clique em "Yes" para a pergunta: "Show word verification for comments?"

Isso fará com que os robozinhos que enviam spam automaticamente sejam obrigados a fazer algo para o qual não estão preparados, isto é, ler uma figura. Só humanos conseguem fazer isso. Em outras palavras, o spammer em potencial terá o trabalho de ler o que está escrito nessa figura e digitar esse conteúdo em um espaço apropriado. Como os robozinhos não lêem figuras, corta-se o mal pela raiz.

23.10.05

 

O Referendo e o Homem Cordial


And my vote goes to...

No caderno especial sobre o referendo, publicado na Folha de S.Paulo de hoje, a jornalista Laura Capriglione afirma que o Nordeste seria o último refúgio do homem cordial mencionado por Sérgio Buarque de Holanda em Raízes do Brasil (1936). Segundo ela, para o historiador, "o traço típico do brasileiro" estaria traduzido no ser "generoso e hospitaleiro no trato" (vide abaixo). Só que, como a grande maioria das pessoas, ela se vale apenas de parte do que disse o historiador, esquecendo-se de ler a importante ressalva feita por ele, na nota de rodapé à expressão "homem cordial" (os grifos a seguir são meus):
"A expressão é do escritor Ribeiro Couto, em carta dirigida a Alfonso Reyes e por este inserida em sua publicação Monterey. Não pareceria necessário reiterar o que já está implícito no texto, isto é, que a palavra "cordial" há de ser tomada, neste caso, em seu sentido exato e estritamente etimológico, se não tivesse sido contrariamente interpretada em obra recente de autoria do sr. Cassiano Ricardo onde se fala no homem cordial dos aperitivos e das "cordiais saudações", "que são fechos de cartas tanto amáveis como agressivas", e se antepõe à cordialidade assim entendida o "capital sentimento" dos brasileiros, que será a bondade e até mesmo certa "técnica da bondade", "uma bondade mais envolvente, mais política, mais assimiladora".

"Feito este esclarecimento e para melhor frisar a diferença, em verdade fundamental, entre as idéias sustentadas na referida obra e as sugestões que propõe o presente trabalho, cabe dizer que, pela expressão "cordialidade", se eliminam aqui, deliberadamente, os juízos éticos e as intenções apologéticas a que parece inclinar-se o sr. Cassiano Ricardo, quando prefere falar em "bondade" ou em "homem bom". Cumpre ainda acrescentar que essa cordialidade, estranha, por um lado, a todo formalismo e convencionalismo social, não abrange, por outro, apenas e obrigatoriamente, sentimentos positivos e de concórdia. A inimizade bem pode ser tão cordial como a amizade, nisto que uma e outra nascem do coração, procedem, assim, da esfera do íntimo, do familiar, do privado. "

Fonte: Holanda, S. B., Raízes do Brasil, Companhia das Letras, São Paulo, 1998, p. 204-5

Em outras palavras, o homem cordial não apresenta esse viés exclusivamente pacífico, que nove entre dez textos, como é o caso da matéria da Folha, deixam transparecer. Assim, segundo SBH, o que caracteriza o homo brasiliensis é a sua irracionalidade. Ele é emocional, passional e sangüíneo, com tudo o que isso tem de positivo e de negativo.

Segue o trecho da Folha:

O duelo do "sim" e do "não" na terra do homem cordial
LAURA CAPRIGLIONE

ENVIADA ESPECIAL A MINADOR DO NEGRÃO (AL)

Da pesquisa Datafolha divulgada ontem, emerge uma única macrorregião em que a maioria da população é favorável à proibição do comércio de armas e munição -o Nordeste, onde 53% dos entrevistados disseram apoiar o "sim" (voto 2).

Como se fosse o último refúgio do homem cordial de que falava o historiador Sérgio Buarque de Hollanda, para definir o traço típico do brasileiro generoso e hospitaleiro no trato, o Nordeste contrasta com os Estados do Sul, onde apenas 19% dos entrevistados manifestaram intenção de votar no "sim", contra 81% no "não".

Em busca desse tal homem cordial, a reportagem da Folha foi até o município de Minador do Negrão, sertão alagoano, 169 quilômetros de Maceió, 6 mil almas, 3.500 eleitores.
Fonte: Folha de S.Paulo, domingo, 23 de outubro de 2005, Caderno Especial - Referendo, p. 6.

 

Por que Ninguém não participa do Orkut?


Nada contra, muito menos a favor.

Eis aqui uma boa razão: receber correntes de gente que Ninguém não conhece. Encontrei uma página interessante: Os Brasileiros Malas do Orkut. O camarada reclama, e com razão, sobre o comportamento dos nossos patrícios.

22.10.05

 

Trafalgar e Lord Nelson


Ontem, duzentos anos atrás...

Uma amigo de Ninguém acaba de dar uma dica muito legal. A Radio 4 da BBC está com uma programação especial sobre os 200 anos da Batalha de Trafalgar, provavelmente uma das maiores vitórias navais da história (certamente, a maior do período). Para quem não se lembra, foi lá, em 21 de outubro de 1805, que morreu o mais famoso Nelson da história (não, não é o Nelson Ned), no maior barraco da época: as Guerras Napoleônicas. O mais legal é este docudrama: Trafalgar. É só clicar no botão "Listen to this edition".

 

Conforme o prometido...


É mole? Não consegui achar uma figura em português!

Num outro post, disse que iria falar sobre o Grande Prêmio do Brasil. Bom, nunca havia assistido a uma corrida em carne e osso. Para quem é fã, como Ninguém, é algo indescritível. Uma experiência sinestésica (eita!) inesquecível. As coisas mais marcantes são: o grito* dos motores (é MUITO alto, e é grito, mesmo), o cheiro da fumaça, a velocidade dos carros e a absurda capacidade de aceleração deles.

O barulho dos bólidos é indescritível. Mesmo que você coloque os protetores de ouvido, ainda assim, é muito alto. Fiquei tirando e colocando os protetores, na tentativa de gravar na memória esse som fascinante (como diria o sr. Spock). Pense em um barulho muito alto. Multiplique isso por dez. Agora, dobre. É mais ou menos isso.

O cheiro da fumaça, infelizmente, é mais marcante durante a volta de apresentação e na primeira volta, quando os carros ainda estão todos juntos. Depois, conforme a corrida avança, os carros começam a se distanciar uns dos outros, e a fumaça se dispersa muito rapidamente.

Já a velocidade e a capacidade de aceleração dos carros é fenomenal. Estávamos em uma arquibancada que fica bem na saída da curva do Sol. Nossa visão era muito limitada. Se você não conhece Interlagos, basta olhar o desenho acima. De onde estávamos, víamos o S do Senna, a curva do Sol, a maior parte da reta oposta, pedaços do Laranjinha e do Bico de Pato, além do final do Mergulho, a Junção e a subida dos boxes. Exatamente neste último trecho (Mergulho-Junção-Subida dos Boxes), tem-se a noção exata do que é um Fórmula Um. Como este trecho fica do outro lado do circuito, os carros ficam pequenininhos, do tamanho de um matchbox. Com isso, tem-se a noção exata da rapidez e da velocidade desses carros. Eles diminuem muito a velocidade entre a Junção e a Subida dos Boxes. Aí, entram nessa subida (e olha que é uma BRUTA subida). Se o cidadão não prestar muita atenção, perde os carros de vista. Na verdade, o que a gente vê, lá do outro lado do circuito, são manchas muito rápidas. Já onde estávamos, a sensação é inversa, pois os carros enfrentam uma seqüência de curvas (S do Senna-Curva do Sol), para só acelerarem na Reta Oposta. Só que, por conta do ângulo de visão de onde a gente estava, não dá para sentir essa aceleração e velocidade.

Na TV, a gente tem uma impressão muito distorcida do que é uma corrida de Fórmula Um. É como se fosse uma Alegoria da Caverna em alta velocidade.

Resumindo: é emocionante!

* Infelizmente, só consegui achar o ronco de um BRM de 1953!

 

Ninguém axa ki sabi iskrever


Você sabe?

Pois, é. Talvez este escriba seja velho demais, pois fica incomodado (não do jeito que minha vó ficava) quando vê coisas como o título deste post. Flanando pela internet, Ninguém chegou a um blog com uma campanha interessante: Eu sei escrever. Um outro título poderia ser: "não seja preguiçoso".

 

Este blogue foi oficialmente lançado para o espaço sideral...


Agora é oficial!

É verdade, minhas parcas mensagens agora irão alcançar os rincões mais desolados de nossa galáxia. O Blog in Space coloca o seu bloque no espaço sideral. Só espero que our little green friends sejam realmente amigáveis e não apreciem carne humana...

Outra hora coloco um post aqui com algumas idéias que tenho sobre Contatos Imediatos do Terceiro Grau.

Por falar nisso, recebi, ontem, uma visita ilustre: o psicodiafanista (que já incluí na minha listinha de blogues). Pronto! Agora, posso dizer de boca cheia: este blogue um dia já teve três leitores!


 

For those about to read...


We salute you!

Recebi a dica desta página aqui: Arts & Letters Daily. Se você já conhece, diga aqui se presta. Parece ser bastante interessante. É uma página com enlaces para os principais jornais, revistas, rádios, TVs e páginas da Internet existentes. Trata, principalmente de literatura e cultura. Mas não tem o glorioso Pravda!



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