7.9.05

 

O Haiti é diferente.


Ao fundo, educação e honestidade.

Um amigo acaba de voltar do Haiti. Participou da missão da ONU. Não entrarei no mérito político (acho que foi burrada o Brasil se prestar a fazer esse serviço para os EUA, mas isto são outros quinhentos); apenas apresento o que me relatou esse amigo dos seis meses que passou por lá.

1) A violência se concentra nas duas principais favelas de Porto Príncipe, que, pelo que entendi, concentram o grosso da população da capital;
2) Não se vê miséria na rua, como aqui. Os pobres são, realmente, muito pobres, mas ele não se lembra de ter visto ninguém descalço. Todo mundo de sapato ou chinelo. Descamisados raramente foram avistados;
3) Todas as crianças que ele viu tinham uniformes escolares decentes (sem patrocínio estampado). Imagino que a qualidade do ensino não deve distar muito do que é ensinado em nossas escolas públicas;
4) No interior, tudo é muito calmo. Nem parece que o país está passando por uma convulsão social;
5) Em algumas manifestações políticas, os capacetes azuis têm de proteger os manifestantes da polícia; e
6) O povo é pobre, mas educado e honesto: no jogo Haiti x Brasil, ele presenciou uma cena única. O ambulante aparece na ponta de uma fileira de arquibancada, e o comprador, do outro lado, faz o pedido. O ambulante entrega o pedido ao primeiro da fileira. O pedido é passado de mão em mão até o comprador. O comprador entrega o dinheiro à pessoa sentada ao lado dele. O dinheiro é passado de mão em mão até o ambulante. Este faz o troco e entrega para a primeira pessoa da fileira. O troco chega direitinho às mãos do comprador. Alguém consegue imaginar tal cena em qualquer estádio brasileiro?

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