24.5.05

 

Um grão de areia = um milhão de estrelas


Saída... pela singularidade.

Domingo (22.5.2005), assisti a dois programas muito interessantes na BBC. O primeiro (The Flow of Time) versava sobre a passagem do tempo e as diferentes maneiras de se percebê-lo, com base na teoria da relatividade e na física quântica. Grosso modo, de acordo com a teoria da relatividade, a maneira como percebemos o tempo seria completamente equivocada. Em tese, não há passado nem futuro. Cada momento é único. Passado, presente e futuro podem existir simultaneamente. O que nos leva à conclusão de que tudo o que está para acontecer, na verdade, já está predeterminado, o que implica o fim do livre-arbítrio. Só que a mecânica quântica mostra que, ao menos no nível das partículas subatômicas, tudo é imprevisível (até mesmo gatos podem ser mortos-vivos). É um tema espinhoso. No nível dessas partículas minúsculas, o ato de observar interfere no próprio fenômeno observado, tornando, então, impossível qualquer tipo de predeterminação. Segundo Sir Roger Penrose, um dos mais renomados físicos teóricos da atualidade, muito embora as duas teorias estejam corretas (a despeito da contradição entre uma funcionar com base na predeterminação e a outra na imprevisibilidade), o que nos salva é que, apesar de vivermos no mundo macro (em comparação com as partículas subatômicas) da relatividade, nosso cérebro seria uma espécie de computador quântico, o que nos libertaria para fazermos escolhas. Tudo isso é por demais complexo para este pobre escriba. Pode ser que Ninguém tenha entendido tudo errado, por isso, ficam aqui as minhas mais sinceras desculpas. De qualquer modo, se tudo já fosse predestinado, viveríamos em um mundo muito chato e completamente sem sentido (não que haja sentido no mundo em que vivemos). Por isso, um viva à mecânica quântica.

O segundo programa (Are We Alone?) falava sobre a possibilidade de existir vida em outros planetas. As chances, aparentemente, são enormes, dada a imensa vastidão do universo e do número assombroso de galáxias, estrelas e planetas. Para se ter uma idéia, o número de estrelas no universo é calculado como sendo igual a um milhão (1.000.000) vezes o número total de grãos de areia existentes em todas as praias da Terra. É isso mesmo, bravo(a) leitor(a)! Para cada grãozinho de areia existente em nosso planeta, existem um milhão de estrelas. A probabilidade de existirem outros planetas com condições semelhantes às nossas (isto é, capazes de sustentar formas de vida orgânica) é enorme. Então, por que ainda não fomos visitados por nenhuma forma de vida extraterrestre inteligente? Porque, provavelmente, eles não perceberam que há vida neste nosso cantinho remoto da galáxia sem nada de especial. Ou então, pode ser que tenham percebido que há vida neste planeta, mas que a forma de vida "superior" é tão irrelevante que não vale a pena perder tempo tentando entrar em contato. Como disse um amigo: "This is a very humbling thought."

De qualquer modo, supunhetemos que haja vida inteligente (semelhante à nossa*) não muito longe (para os padrões do universo) daqui, vamos dizer, do outro lado da galáxia, a 100.000 anos-luz da Terra. Bem, estamos enviando sinais de rádio para o espaço sideral há pelo menos 50 anos. Então, imagine o tempo que levaria para que esses sinais chegassem até esse planeta do outro lado da galáxia... Pois é, 100.000 anos (supondo que esses sinais de rádio estejam viajando à velocidade da luz). Quando isso acontecer, é bem provável que o planeta já não exista mais (ao menos do modo como o conhecemos atualmente). Como serão as formas de vida sobreviventes no planeta Terra daqui a 100.000 anos?


Já pensou se, além de inteligentes, as alienígenas forem assim?

* Agradecemos Uncle Filthy pela dica.

Comments:
Muiiito bom seu post, eu consegui entender, sim!!! me interesso um bocado por esses assuntos. posso continuar vindo akii? rs

Abraço...
 
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